Muitos missionários se sentiriam muito mais motivados e encorajados com o ambiente em trabalho de campo se fossem treinados em Sobrevivência.
Muitos deixam de ir por medo do desconhecido e por se sentirem despreparados e sem apoio, sozinhos e sem retaguarda.
Desde que o caçador Ninrode, o primeiro homem a ser poderoso na terra, propôs a criação da Babel e das cidades fortificadas, a atenção da humanidade foi desviada para o progresso da civilização e da cultura do conforto que nos dispensa da necessidade do domínio direto das técnicas primitivas de sobrevivência. (Gên. 10:8) O mundo civilizado nos estende um tapete vermelho que nos leva ao consumo de soluções prontas de especialistas, ao mesmo tempo que encobre os desafios da sobrevivência em ambiente selvagem. Somos a espécie mais criada em “cativeiro” que já existiu. O homem moderno se fragilizou ao evitar as dificuldades do meio ambiente, deixando de se exercitar diretamente e rotineiramente no ambiente natural e criando para si um mundo quase artificial. Por isso vemos tanta dificuldade em retornar à vida ao ar livre.
“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá, e achará pastagens.” (João 10:9) “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; Portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas.” (Mat. 10:16) “Adverte-lhes que estejam sujeitos aos governadores e autoridades, que sejam obedientes, e estejam preparados para toda boa obra;” (Tito 3:1) e em Lucas 22:35-38 também vemos Jesus dando orientações aos apóstolos quanto à segurança em uma missão.
Os desafios no campo missionário não se limitam à área teológica, apostólica, transcultural, linguística, financeira, batalha espiritual e obras sociais; eles vão muito além de tudo isso. Como fazer missões é basicamente um ato de ir até as pessoas e lugares (Mar. 16:15), povos ainda não alcançados pelo evangelho, e pregar para elas, não podemos negligenciar a interação com o ambiente como fator estratégico para o sucesso da missão. Mais da metade da população mundial hoje vive em áreas de risco, ou seja, mais de 3 bilhões de pessoas, inclusive em países do primeiro mundo. Catástrofes naturais como o Tsunami de 2004, a grande inundação em Mumbay em 26-07-2005 e o Katrina em New Orleans um mês depois ilustram bem essa afirmação; e a maioria dos acidentes não é divulgada.
Não precisamos nem sair para missões para vermos nossa sobrevivência ameaçada, pois riscos de vida, riscos profissionais e ambientais não são exclusividade de missionários; mas como toda guerra é uma situação de extremo risco, uma missão evangelística também não deixa de ser. A arte da guerra leva em conta nosso conhecimento sobre nós mesmos, nossas armas, nosso inimigo, nosso Deus e o conhecimento do tempo e espaço. Nossa segurança e sobrevivência estão constantemente sujeitas a todo o tipo de problemas e ameaças: culturais, psicológicas, biológicas, ambientais, econômicas, jurídicas, políticas, logísticas, espirituais, e frequentemente o maior dos obstáculos: nossa própria ignorância. O bloqueio psicológico causado pelo medo do desconhecido, os contratempos causados pela falta de um planejamento profissional, a desorientação geográfica, as falhas de comunicação, a antilogística, a falta de coordenação de um trabalho em equipe, a falta de saúde e de um condicionamento físico apropriado, a falta de habilidade com equipamentos, a falta de recursos financeiros, são alguns dos fatores concorrentes para o fracasso de uma missão.
Muitas vezes estamos bem próximos à solução de nossos problemas e não a enxergamos, devido ao abalo emocional momentâneo ou devido à imperícia ou ignorância. A Palavra de Deus nos exorta constantemente a procurarmos a sabedoria e o conhecimento, como algo que é melhor que ouro e prata e a nos revestirmos com escudos contra setas e dardos inflamados do maligno. Na falta de conhecimento brota a dúvida, uma oportunidade ansiosamente buscada pelo inimigo de nossas almas para operar seus planos malignos.
Estudar não é sair da dependência de Deus, é sair da ignorância. O treinamento nos torna aptos a resolver problemas prontamente ou a evitá-los. Esteja pronto para ir aonde for preciso agora mesmo!
O conhecimento aumenta nosso valor pessoal, profissional e social, nos livra de situações embaraçosas, é fonte de lucro, é cumulativo, nos acompanha aonde formos sem ocupar espaço, nos possibilita ajudar os outros. O conhecimento sobre sobrevivência pode nos ajudar a evitar problemas e adiar a morte, já que esta é inevitável. Esse conhecimento será providencial aos necessitados encontrados pelo caminho e também poderá ser oferecido como uma oferta generosa em retribuição aos favores que necessitarmos de outras pessoas. Muitas vezes o socorro humanitário é a porta de entrada para o socorro espiritual.
O reconhecimento de nossa imagem de autoridade e liderança pode ser fortemente abalado frente ao povo que nos recebe caso demonstremos alguma fraqueza ou desconhecimento incompatíveis com a posição de liderança que oportunamente conquistamos.
“Mais poder tem o sábio do que o forte, e o homem de conhecimento mais do que o robusto. Com medidas de prudência farás a guerra, na multidão de conselheiros está A VITÓRIA” (Provérbios 24:5-6)
Sobrevivência não é uma opção, mas uma condição de vida, uma necessidade universal – continuar vivendo apesar das circunstâncias desfavoráveis e difíceis. Se viver é algo contínuo, então o conhecimento e a sabedoria da sobrevivência se aplicam ao dia a dia, e não apenas a situações de estado de necessidade, calamidades, guerras ou situações de risco de vida. Muitas pessoas que enfrentaram algum dia uma situação de sobrevivência, antes também pensavam que nunca passariam por isso.
Os avanços no desenvolvimento de novos materiais, roupas para aventuras ao ar livre, equipamento, alimentos de emergência e técnicas têm crescido rapidamente nos últimos anos. Para aqueles iniciantes interessados em aventuras radicais, existe bastante informação disponível. Entretanto, experiência é o melhor professor em qualquer situação em ambiente selvagem e sua reação em uma situação de sobrevivência depende da sua educação. É tão fácil e provável errar quando se faz algo pela primeira vez que geralmente é o que acontece, e há situações que não darão a você uma segunda chance. Então é muito melhor errar em um treinamento assistido por instrutores competentes do que errar em uma situação real de sobrevivência. Aprenda com os erros dos outros. Até hoje todos os que passaram por treinamentos de sobrevivência voltaram muito mais seguros de suas capacidades. Isso pode fazer muita diferença em uma situação real. Aqueles que são mentalmente e fisicamente preparados para sobreviver serão os mais prováveis a fazê-lo. Para tratar com uma situação de emergência temos que saber tomar decisões, improvisar e manter a calma. Portanto, é melhor saber e não precisar do que precisar e não saber, pois a natureza não se adaptará a você, você é quem terá que se adaptar a ela. O fato de você saber o que fazer não garante que você se dará bem, mas o fato de você não saber o que fazer já é uma grande chance de você se dar mal. Às vezes, saber o que não fazer pode ser tão ou mais importante do que saber o que fazer.
Quando falamos em cursos de sobrevivência, normalmente o que vem à mente das pessoas é a imagem de um grupo de pessoas na selva, todas sujas, sem tomar banho, tentando encontrar o caminho de casa e comendo formigas e lagartas, passando fome e sede, ou tomando chuva o dia todo; um tipo de piquenique selvagem mal sucedido. Esse cenário de pesadelo na verdade trata-se de um tipo de situação muito específico e limitado, e que não consegue representar, nem de longe e nem de forma resumida, toda a riqueza de conhecimentos relacionados com a cultura de sobrevivência. Vivemos em uma época em que a expansão do conhecimento alcançou níveis tão surpreendentes que já viabilizam até uma abrangente abordagem científica, metodológica e sistematizada em forma de um curso superior, desse ramo de conhecimento tão antigo e tão fundamental, que é a epibiologia, ou seja, a ciência da sobrevivência.
A finalidade maior do estudo da sobrevivência é a geração de indivíduos sábios, fortes e preparados. A rapidez e precisão da reação de uma pessoa treinada geralmente é o fator mais decisivo na solução de problemas.
O treinamento de sobrevivência tem o objetivo de propiciar aos alunos o conhecimento básico e necessário para sobreviver em um ambiente hostil, proporcionando o conhecimento das mais modernas técnicas de sobrevivência. Despertar nos mais acomodados e alienados o interesse pela cultura da preparação e prevenção pessoal contra situações adversas que podem colocar em risco nossa sobrevivência; o desenvolvimento de nossas habilidades, perícia, técnica, autocontrole, resistência, destreza, agilidade; esse é o principal objetivo do curso / treinamento. Ao aumentarmos o nosso conhecimento a respeito de um determinado assunto, o medo do desconhecido vai diminuindo. Assim podemos evitar o pânico, pior inimigo do sobrevivente. Também ensinamos improvisos, muito necessários em situações de ausência de recursos. A quebra de mitos, tabus e paradigmas errados é outro objetivo dos cursos de Sobrevivência em Ambientes Naturais Hostis (deserto, selva, mar, montanhas, cavernas, clima frio) e em situações adversas e catástrofes, assim como a sobrevivência urbana. Desvendamos nesse curso e treinamento, técnicas aprimoradas e guardadas há anos por índios, desbravadores, civis, militares e aprimoradas por cientistas. São coisas incomuns, que não se aprende na escola tradicional, ninguém nunca te revelou, provavelmente nem seus pais e nem seus professores sabiam, mas você pode precisar a qualquer momento. Prepare-se!
Uma observação interessante quanto ao resultado da disseminação da cultura da sobrevivência em uma nação. Sabemos que o Reino Unido foi o país que provavelmente mais se beneficiou de suas explorações no período colonial e até hoje colhe os frutos de sua vanguarda. O pioneirismo de seus desbravadores, exploradores e piratas os levou e até hoje tem levado a toda a parte do mundo por todo o tipo de terreno. Também é evidente a superioridade econômica de suas ex-colônias se comparadas a ex-colônias de outras nações colonizadoras, e essa liderança, evidenciada também pela dominância da língua inglesa no mundo, se deve em grande parte à cultura herdada dos ingleses. O Reino Unido é um país onde as pessoas estão constantemente buscando superar os limites impostos pelo meio ambiente, e eles são tão bons nisso que grande parte dos recordes do Guinness book é britânica (UK). Seu notório envolvimento racional e tecnológico com o meio ambiente lhes rendeu muitas empresas e organizações de repercussão mundial. A empresa National Geographic, líder mundial em disseminação de cultura ambiental é britânica. A empresa Land Rover, tradicional montadora de veículos fora de estrada, foi fundada pelos ingleses. As empresas britânicas dos ramos de navegação e aviação estão dentre as maiores e melhores do mundo. O movimento escoteiro foi criado pelo inglês Baden Powel, nascido em Londres em 1857. Os ingleses deixaram sua marca por todo o mundo ocidental e oriental porque eles foram até onde os outros não foram, ou porque foram mais bem preparados, em melhores condições. Eles têm sido um povo ousado. Onde houver homens transpondo barreiras geográficas e ambientais, sempre tem um britânico no meio. No pico do Everest, nas ilhas mais remotas, no espaço, no fundo do mar, nos mais áridos desertos. Eles sempre estão lá. Por isso entendemos o quão importante é a cultura da sobrevivência.
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